sexta-feira, 19 de novembro de 2010

UNIVERSIDADE MACKENZIE: EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA

A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 [LINK http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

2009, RECORDAR COM ESPERANÇA!


Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que me pode dar esperança. (Lamentações 3.20-21)
Um novo ano se inicia e ele será especialmente marcado por uma caminhada ao passado. Essas caminhadas que fazemos ao passado sempre acontecerão em nossa existência e em alguns momentos de forma mais fluente que em outros.
Em 2009, o mundo retornará 500 anos para relembrar o marco da cultura mundial, os primórdios do avanço científico, o rompimento com a idade das trevas e as bases da civilização moderna e pós-moderna, incluindo os Direitos Humanos e os conceitos de Liberdade em todas as suas vertentes. Observará os matizes de todo o progresso da civilização moderna e pós-moderna. Em 2009, lembraremos os 500 anos do nascimento de João Calvino, e ainda os 450 anos da publicação da ultima edição das Institutas (Instituição da Religião Cristã) - obra referencial nos escritos de João Calvino. Também se comemora 450 anos da fundação da Academia de Genebra, o embrião da Universidade de Genebra, existente até os dias de hoje.
Calvino sistematizou o conhecimento humano em ebulição na sua época à luz da Bíblia Sagrada. Servindo a sua própria geração, Calvino revolucionou a visão do homem a respeito de si mesmo, do mundo e de Deus, e o fez não criando uma nova teoria ou um ensaio a ser testado em laboratório, mas observando o seu tempo e a sua cultura através das lentes da Bíblia Sagrada. João Calvino olhou primeiro para o Criador de todas as coisas e através dele, identificou o que seria a essência da humanidade. Resgatou o ensino cristão da soberania de Deus e da supremacia da Bíblia, pela qual Deus exerce o seu governo sobre o seu mundo e interage providencialmente com as suas criaturas, sendo tais verdades apontadas nas Escrituras, acima das tradições e das conclusões humanas. A visão de um Deus distante ou tirânico foi corrigida a partir da leitura da Bíblia e do redescobrimento do ensino sagrado do Deus que intervêm, inclusive quando a razão morre e a tragédia chega aos lugares mais inóspitos da terra.
A partir da experiência vivenciada na história por João Calvino (1509-1564), a humanidade rompeu com o divórcio da fé com a ciência e da ciência com a fé. A proposta calvinista impulsionou as gerações seguintes e nações inteiras a observar o mundo como criação de Deus e perceber o avanço e crescimento humano como resultado da ação de Deus sobre suas criaturas.
Francis Schaeffer, filósofo cristão, em seu livro Como Viveremos (Cultura Cristã, 2003) aborda a influencia do movimento reformado, do qual João Calvino foi o sistematizador por excelência, nos seguintes termos: “Para os homens da Reforma, as pessoas não podiam partir exclusivamente de si mesmas e, com base na razão humana somente, dar respostas às grandes questões que confrontam a humanidade” (p. 49), e ainda: “Deus é infinito – e as coisas criadas são finitas. Mas o homem pode agora conhecer ambos os tipos de verdade, sobre Deus e sobre as coisas da criação, pois Deus revelou na Bíblia, entregando ao homem a chave para o entendimento deste mundo de Deus” (p. 52). Na perspectiva filosófica de Schaeffer, a Bíblia Sagrada foi o elemento impulsionador para o verdadeiro conhecimento da humanidade.
Outras lembranças serão trazidas à tona neste ano, como por exemplo, os 150 anos da publicação da obra de Charles Darwin A Origem das Espécies. Contudo, citando o texto bíblico no início desta mensagem, devo recordar aquilo que me pode dar esperança. Recordar o que aniquila o homem ou lhe subtrai a humanidade é caminhar em direção ao desespero existencial; é uma tentativa de extirpar-lhe o que lhe é mais precioso – a imagem e semelhança de Deus, a semente da eternidade e da racionalidade assoprada pelo próprio Deus no ato da criação. Os ensinos de João Calvino trouxeram excelência a sua época e se espalharam pelos países da Europa e depois pelo novo mundo. As nações que foram erguidas na cosmovisão (visão de mundo) calvinista assumiram a vanguarda da história, principalmente nas academias e nos grandes centros do saber. Como Presbiterianos somos herdeiros deste legado calvinista e devemos sustentar a nossa a confessionalidade reformada, extraída da Bíblia Sagrada.
Rev. Jedeias de Almeida Duarte, Th.M.
Capelão Universitário

terça-feira, 16 de setembro de 2008

PENSANDO COMO CRISTO

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,

(Filipenses 2.5)

 

A simplicidade da vida se estabelece a partir da disposição mental de servir e na funcionalidade pessoal de ajudar. 

Jesus mostrou em todo o tempo que sua missão fazia parte da sua própria consciência e que consumia cada um dos seus dias terrenos. Em nenhum momento houve a necessidade de alguém lhe lembrar o que deveria fazer; ele caminhou, todo o tempo sabendo que subiria à cruz e quais seriam os resultados da sua missão.

Entendemos pelas Escrituras Sagradas que tanto nos meios comuns da existência quanto naqueles mais especiais, esteve Jesus totalmente consciente da razão pela qual pisou em nossa terra. Isso é um contraste e muitas vezes um antagonismo à nossa realidade e  existência; sempre precisamos ser lembrados das motivações e razões da nossa missão e muitos são aqueles que a abandonam por razões secundarias, descartáveis e até desnecessárias.

Jesus mostrou em todo o tempo que o cumprimento da sua missão era o mais importante que tudo, não redundando em pompa, luxo ou complexidades. O seu estilo de vida simples e liderança servidora impactaram multidões que afluíam para vê-lo, tocá-lo e ouvi-lo.

Desde a simples manjedoura na gruta de Belém, aos pescadores que se tornaram seus discípulos e depois apóstolos, ao jumentinho que o levou pelas ruas de Jerusalém, a coroa de espinhos que rasgou a sua fronte, a madeira da cruz onde foi pregado e o tumulo emprestado onde fora depositado, Jesus apontou ser o mais simples dos homens. Ele caminhou com simplicidade mesmo sendo o Dono de todas as coisas. Vemos um antagonismo com a realidade atual e vigente; via de regra a forma da missão é maior que a própria missão, os parâmetros, as proteções e a busca de facilidade e complexidade obstruem a missão de muitos em nossos dias.

Ter uma vida simples, falar com simplicidade, andar com menos aparatos se tornou um desafio para quem caminha num ambiente acadêmico, quando o conhecimento que foi dado por Deus como ferramenta para a glorificação do seu nome na nossa qualidade de vida tornou-se um elemento distanciador e neutralizador das relações humanas. O aceitável é o aparente, o visível e o complexo.

A consciência do que deve ser feito e de como deve ser feito e a simplicidade da vida expressam a visão do pensamento de Cristo e se traduz em atos que facilitam e organizam a vida humana.

 

Rev. Jedeias de Almeida Duarte, Th.M

Capelão Universitário

 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

NATAL: REFLETINDO SOBRE A VIDA


A chegada do natal é um convite para refletirmos sobre a vida. Todas as cenas bíblicas do nascimento de Jesus apontam para a veracidade, historicidade e eternidade da vida de Deus.

O planejamento da vida faz parte da existência, a Bíblia diz que na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho (Gálatas 4:4). Todos os atos da encarnação foram planejados por Deus. O tempo, o modo, o lugar, as pessoas, as circunstancias, tudo isso fez parte do grande projeto de Deus em trazer o seu Filho ao mundo para salvação do seu povo (ele salvará o seu povo dos seus pecados. Mateus 1:21). Precisamos aprender que nada em nossas vidas acontece por mero acaso, em todas as coisas Deus conduz a caminhada dos homens.

A alegria da vida faz parte da existência, a Bíblia diz que as na encarnação do Deus filho, Jesus Cristo, as pessoas, os anjos, céus e terra se alegraram, até os jaziam na região da sombra e da morte viram a sua luz. Em Jesus Cristo, a existência é alegria na essência, na condução, causa inicial e final. A tristeza como fruto do pecado, da desobediência e da tragédia é expurgada pela chegada da luz do mundo. O Apostolo João assim expressou, vimos a sua gloria, gloria como do unigênito do Pai (João 1.14). O fato do Deus-Filho habitar entre nós, caminhar em nossas ruas, sentir as nossas dores, observar as nossas limitações, interagir em nosso sofrimento e pagar as nossas dividas traz a veracidade da vida de Deus ao nosso mundo. A Bíblia quando qualifica a vida que Deus tem, chama de vida Eterna, a vida com qualidade divina. Quando Jesus se ofereceu a sua vida em lugar da nossa morte, recebemos a vida com a qualidade do Eterno. Aprendemos com a vida de Jesus Cristo que a vida é impregnada de alegria pela sua origem e pelo seu destino. Recebemos de Deus e caminhamos para Deus.
Também no Natal algo trágico acontece em nossa civilização. O homem tenta transformar a eternidade do projeto de Deus e a alegria da verdade de Deus em coisas temporais e efêmeras. Assim, o Natal fica reduzido a uma troca de presentes, lembranças e votos de felicidades quando todo o seu sentido, essência e extensão estão impregnados de verdade, luz e eternidade.

Neste natal, deixe qualquer mascara cair, busque o mais precioso dos segundos para reconciliação, não permita que a impureza brote dos seus olhos, nem as falácias de sua boa, mas espalhe paz, muita paz, paz que somente os amados de Deus possuem. Paz que excede todo o entendimento e nos faz caminhar dentro da eternidade.

Seja este o melhor momento de sua vida num encontro eterno com o Redentor, o verdadeiro Natal.

sábado, 24 de novembro de 2007

O pastor no meio dos doutores


No final desta tarde enquanto participavam de Formatura de um amigo (foi o primeiro a receber o Titulo de Doutor), fiquei mais uma vez frente a frente com um pastor de verdade.
Conheci e conheço muitos pastores. Alguns pastores, outros pastores de pastores. Um deles em Recife, entre 1984-1986 eu prendia a respiração quando passava por perto. Parecia que o ar respirado por ele, era de uma outra dimensão além daquela que eu habitava.
Na cerimônia, depois muitas falas, todas importantes e relevantes, teve o momento para a parenese do Pastor. Ele falou como um solista de uma grande orquestra. Iniciou assim: “Eu não tenho muitas palavras para dizer aos doutores e mestres que recebem o grau nesta tarde. Eu não tive e não sei se terei a oportunidade de cursar um Mestrado ou ainda um Doutorado. Eu sempre fui pastor! Quando saí do Seminário, Deus me enviou para o interior do nosso país, numa região difícil, para viver com um povo simples e sofrer com um povo simples. Fiz isto durante toda a minha vida. Digo hoje, aos Mestres e Doutores: não usem este titulo na cabeça, use-o nos pés, sejam servos e continuem servindo...”


Saí daquela cerimônia impactado. Rapidamente cumprimentei algumas pessoas e em especial dois amigos, um deles, doutor, novinho em folha. Entrei no carro e vim horrorizado pela profunda humildade daquele pastor.


Pareceu-me de susto que o próprio Senhor Jesus de forma maviosa se manifestaria a mim numa cerimônia como aquela, daquela forma. Creio que foi assim no meio dos doutores e em outras oportunidades, Ele às vezes nos deixa estarrecidos com a sua simplicidade, com a sua ausência de pompa e com o seu olhar de Cordeiro, manso, humilde. Fazendo louca a sabedoria dos homens, mesmo a sabedoria teológica dos homens.


Eu quero muito ter a fé simples daquele pastor e a visão do mundo com aquela lente tão límpida, tão desprovida de vaidades e tão excelente. Com aquelas palavras percebi que não posso receber qualquer titulo senão de joelhos diante do Grande Rei, colocando tudo ao seu serviço e ao seu dispor.


Conheço mais de uma dezena de doutores e mestres que também são gigantes diante dos desafios e até tribulações, eles me motivam a buscar uma vida acadêmica de grande relevância e neles tenho aferido a pratica da teologia que pregam. São exemplos vivos de que a Academia não apaga a pratica dos ensinos da vida cristã.


Neste emaranhado de sensações e reflexões me lembrei ainda que dentre os milhares de pastores que conheço, nem todos foram chamados para Mestres e Doutores e poucos foram chamados para exercerem o pastoreio de pastores. Espero caminhar na historia, nos mesmos passos daqueles que não usam a Academia para a politicagem, para a soberba e para a desgraça pessoal e alheia.


Por estas razões, o impacto daquele pastor na minha vida certamente não finalizará hoje. Pude ver novamente que os títulos e graus nos fazem especialistas academicos. Deus, todavia nos faz dependentes da sua bondade e fidelidade. Assim, só estaremos felizes quando eticamente nossos títulos e graus nos fizerem andar de joelhos na presença Daquele que é Eterno e Soberano.


Deus sempre abençoe aquele pastor, um exemplo vivo do pastoreio de Cristo no meio dos pastores e no meio dos Mestres e Doutores.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A caminhada cristã: na comunhão e na evangelização


6. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
7. Se puser andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. I João 1: 6-7


A comunhão dos crentes em Cristo é elemento motivador para a obra de Evangelização.
Os símbolos de fé da nossa Igreja expressam que a comunhão dos santos é uma obrigação que devem ser mantida, constitui culto a Deus e nos leva a edificação do corpo, sendo estendida a todos que em todo o lugar invocam ao Senhor Jesus (Confissão de Fé, XXVI, II).
É por outro lado, um privilégio o cuidado especial de Deus sobre os seus eleitos os faz gozar de comunhão. O Catecismo Maior relaciona os meios ordinários da Salvação e das ofertas da graça feitas por Cristo, sendo aplicados pelo mistério do Evangelho (Catecismo Maior, pergunta 63).
A comunhão dos crentes é derivada da identificação que têm com Deus; a relação devocional intima com o Senhor e o instrumento da manutenção desta comunhão. Tal fato e inexorável, pois o crente em Cristo reflete o caráter santo de Deus em sua caminhada diária. Somos iluminados por sua santidade e assim iluminamos ao nosso irmão. Este e o âmago, a essência da comunhao.
Tambem observamos que a verdadeira comunhao da Igreja se expressa na pureza de relacionamentos dos seus membros, o Teologo Reformado Dr. Augustus Nicodemus expressou este fato nos seguintes termos: “A comunhão dos santos é mais que simples socialização. Ela brota dessa convicção que temos em comum com os apóstolos e se expressa num relacionamento estreito, transparente e mutuo entre os crentes”.
Podemos refletir sobre a comunhão dos santos e observar que existem áreas da vida que refletem a comunhão e observamos ao final que a evangelização uma conseqüência clara e inequívoca dos santos em Cristo:
A comunhão nos leva à cooperaçao nas atitudes e acoes sociais. O apostolo Paulo atribuiu o termo comunhao, ao fato das Igrejas participarem com ofertas para o sustento dos pobres em Jerusalem (Romanos 15:26; 2 Corintios 8:4 e 9:13). A comunhao sai do contexto teorico e encarna-se na satisfacao da fome das pessoas. O Dr. Carlos Del Pino escreve em um dos seus textos que a fome mexe com as profundezas da alma humana.
A comunhão é explicitada pelo convivio e pela amizade; o conhecimento mutuo é fruto da convivência, não podemos pensar em comunhão com ausência de relacionamentos presentes, frutíferos e duradouros, mesmo que em alguns momentos tenhamos crises. É claro que só podemos admitir amizades sinceras e genuinas entre os homens que usufruam da amizade de Deus, atraves de Cristo.
A comunhão é cooperação com a obra do Evangelho. Em Filipenses 1:5, o apostolo Paulo emprega a expressao Koinonia (comunhao) para referir-se ao apoio que os Filipenses sempre deram à causa do Evangelho. A palavra cooperacao ali é mais que parceria, é comunhao. Assim, compartilhar, dividir, repartir é a essencia da pratica missionaria. Repartimos e compartilhamos a Palavra, partimos o pao da Vida, repartimos os dons recebidos de Deus, estas expressoes mostram a grandeza do sentimento missionario que nasce no coracao e mentes daqueles que vivem em comunhao.
O amor a Deus e o ódio ao homem não podem conviver na mesma pessoa. Se alguém aborrece o seu próximo, se está em desavença com qualquer pessoa e se há rancor em seu animo contra qualquer um, isto é um prova de que não se ama a Deus verdadeira e cabalmente. Todas as nossas afirmações de amor a Cristo e a Deus não servem para nada se em nossos corações houver ódio contra qualquer homem. Da mesma forma, a pratica da Evangelizacao deve ser regada proficua e copiosamente pelos laços da comunhão fraternal.

Rev. Jedeias de Almeida Duarte, Th. M

THE PRESBYTERIAN CHURCH OF BRAZIL AND CHURCH PLANTING



... I planted the seed, Apollos watered it, but God made it grow; I Co 3:6


A QUICK HISTORIC GLANCE
Very early in Brazilian history, before the place was actually called Brazil – through the concerns and efforts of John Calvin himself and his Geneva congregation – the reformed faith was first sowed in these lands. Despite a beautiful beginning that involved not only such names as Calvin and Coligny, but also the reformed churches of France and Geneva, those early attempts to establish a Huguenot colony in the Bay of Guanabara (Rio de Janeiro) were frustrated with the death of the first Brazilian reformed martyrs, in 1557.
Almost three hundred years went by, and despite some small efforts by the Dutch Reformed to establish footholds in the northeast of Brazil during the XVII century, there was no permanent reformed work in Brazil until the second half of the XIX century. But God had His plans: The Presbyterian Church of Brazil (IPB) was the precious fruit of the missionary labors of our North-American brethren who, through A. G Simonton (1859), planted here the first lasting seeds of the reformed faith.
The first such church planted in Brazilian lands was the Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro (1862). From there, and concomitantly, Presbyterianism spread to the states of São Paulo and Bahia, and then, over the next 148 years, to every state of our federation.
The first missions agency created by Brazilian Presbyterians that had as its focus the planting of churches was the Board of National Missions (Junta de Missões Nacionais, JMN), created in 1940. The JMN gave priority to the planting of new churches in the remote areas, the hard to reach places and the towns that were distant from organized presbyteries and church councils.
A DEVELOPING EXPERTISE IN CHURCH PLANTING
In 1997, after careful evaluation of the Brazilian urban phenomena, the leadership of the IPB saw fit to establish a permanent committee that would represent a movement of the whole denomination and become a strategic enabling force for the systematic planting of new churches. The Cooperative Missionary Plan (Plano Missionário Cooperativo, or PMC) was created as a fund administered by a permanent committee of General Assembly and dedicated to the establishment of strategic partnerships between agencies, local churches and the denomination as a whole.
The initial goal was simply the planting of 300 new churches by the turn of the millennium, however, as those involved developed expertise in church planting, the fund was expanded and developed into a standing collaborative effort. Its church planting efforts were successful and well received. The expertise developed became an important consulting and training component for much of the church planting efforts done within the bounds of the IPB in all areas of Brazil. As it developed, the PMC sharpened its focus in two main directions: 1) projects for the establishment of new churches in cities and areas marked by accelerated growth, and 2) projects that were aimed at the revitalization of local churches and plants that had ceased to grow over the years.
COMPLETED PROJECTS
Since its inception, in accordance with its original goal and the broader aims that resulted from the developing expertise, the PMC enabled the IPB to establish over 400 new church plants. From these projects, 52 new completely self-supporting (in terms of finances, membership and leadership) local churches have already been organized thus far. The breakdown is as follows:
FROM 1998 TO 2002 (30 NEW CHURCHES)
06 Churches in the state of Espírito Santo
03 Churches in the state of Minas Gerais
01 Church in the state of Mato Grosso
01 Church in the state of Paraíba
01 Church in the state of Pernambuco
04 Churches in the state of Paraná
08 Churches in the state of Rio de Janeiro
05 Churches in the state of São Paulo
01 Church in the state of Tocantins
FROM 2002 TO 2006 (14 NEW CHURCHES)
01 Church in the state of Rio Grande do Sul
01 Church in the Federal District
05 Churches in the state of Espírito Santo
01 Church in the state of Paraná
01 Church in the state of Tocantins
01 Church in the state of Pernambuco
04 Churches in the state of Rio de Janeiro
2006... (10 NEW CHURCHES)
06 Churches in the state of São Paulo
01 Church in the state of Pernambuco
01 Church in the state of Bahia
01 Church in the state of Rio de Janeiro
01 Church in the state of Maranhão

CURRENT PROJECTS, 2007 TO 2011 (87 ONGOING)
01 – Acre
01 – Amazônia
01 – Goiás
01 – Pernambuco
02 – Rio Grande do Norte
03 – Bahia
03 – Paraíba
05 – Distrito Federal
07 – Paraná
09 – Rio de Janeiro
10 – Minas Gerais
10 – Espírito Santo
15 – São Paulo
19 – Rio Grande do Sul
PROJECTS APPROVED FOR EXECUTION STARTING JAN. 2006 (20 PROJECTS)
01 – Rio Grande do Norte
01 - Paraíba
01 – Rio de Janeiro
02 - Pernambuco
02 – Minas Gerais
03 – Bahia
03 – Santa Catarina (New Missionary Mobilization)
07 – São Paulo

A SAMPLE OF RELEVANT DEMOGRAPHICS
The state of Santa Catarina has 293 cities (towns), with the IPB present in only 37
The state of Espírito Santo – only 2 cities short of reaching every town in the state
The state of São Paulo – 40% of the smaller towns still lack a Presbyterian presence.
AVERAGE TIME FOR PLANTING A CHURCH (inception to organization)
In the state of São Paulo – 03 years
In state Capitals – 03 years
In the state of Minas Gerais – 05 years
In the states of the Northeast of Brazil – 07 years
In the states of the South of Brazil, interior – 10 years
In the states of the South of Brazil, shoreline – 5 years

ANNUAL INVESTMENTS AND CHURCH MULTIPLICATION
The IPB currently invests R$ 85.000,00 per month with the 108 active projects. The annual investment amounts to R$ 1.080.000,00 (US$ 560.000,00), this represents around 7,5% of the denominations annual budget. The PMC only initiates and maintains these partnerships with local congregations that are faithful in their contributions towards the denominational funds (General Assembly). As a consequence, besides promoting church growth and planting, the PMC has contributed to the strengthening of the denomination’s finances, as it encourages churches to contribute faithfully to denominational funds.
Furthermore, every church planting project backed by the PMC involves instilling the new congregations with a church planting culture, a vision that historically should establish a multiplying effect. Indeed, it is clearly the stated goal of the denomination that every church established under the PMC should become itself a church planting congregation.
THE CENTER FOR MISSIONS TRAINING
The Board of Theological Education of the IPB (Junta de Educação Teológica, or JET), by determination of General Assembly and the Executive Committee of the IPB, has established a Center for Missions Training (Centro de Treinamento Missiológico, or CTM). This center provides a program of training and certification of church planters.
The program operates through intensive modules, taking place over a period of 20 days each December. All classes besides aiming at the strengthening of confessional and theological soundness also seek to develop and hone specific skills that will maximize the potential of the church planters. Since inception, the CTM has graduated 471 church planters. CTM is administered by PMC and by the director of the hosting institution, the Eduardo Lane Bible Institute (currently the director is Rev. Roberto Brasileiro, the president of IPB’s GA).

CURRENT INVESTMENT PRIORITIES:
· Projects involving mid-sized cities that are growing economically and in population
· Key international frontier cities: Foz do Iguaçu and Uruguaiana.
· In the state of Santa Catarina – the goal is 12 churches in the next 4 years.
· Churches that can reach the upper classes, especially in the cities of: Recife (03 projects); Salvador (Metropolitan area); São Paulo; Brasília; João Pessoa (1 project); Natal; Fortaleza, São Luis, Cuiabá and other capitals and larger cities (upper class being considered as the segment of society that represents greater economic, political, educational and social standing, a group in Brazil that has been historically isolated and distant from the rest of society, influenced mainly by spiritualist cults or the deceptions of the prosperity gospel).
· Church plants in those cities where the IPB has its Seminaries and Bible Institutes (e.g., São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, Teresina, Recife, Goiânia, Brasília, Patrocínio, Garanhuns) – This would provide for the practical training of seminary students in church planting, by giving them the opportunity of up to 4 years of field experience.
· Church plants in Brazilian touristic hot spots (Porto de Galinhas, Ipojuca, Cabo Frio, Búzios, Rio de Janeiro and the shoreline of Santa Catarina)
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We are open and eager for involving in our partnerships other reformed bretheren and institutions with which we may collaborate in material and human resources, in prayer and in the exchange of experiences and expertise. We also welcome opportunities for receiving investments in strategic projects that involve higher costs than our regular projects.
Contacts may be established through:
Rev. Jedeías de Almeida Duarte, Th.M.
Email: executivo.pmc@gmail.com ; revjedeias@mackenzie.com.br

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O caos e a dignidade humana


No pensamento reformado, a razão basilar e absoluta para a defesa e preservação da vida está relacionada com a origem do homem. É na sua origem que encontramos a sua dignidade. A Bíblia diz que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. A vida procede de Deus.
Qualquer premissa que busque substanciar a dignidade da vida humana em conceitos relativos subtrai a possibilidade de garantir ao homem a sua própria existência.
É fundamental e oportuna a defesa da dignidade humana a partir da vertente absoluta da sua origem. Isto ultrapassa qualquer especulação e se enaltece num principio absoluto, real e supra-histórico. A Bíblia Sagrada aponta este princípio ao afirmar, conforme registrado no livro de Gênesis 1.26-28:
“Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra”.
A Imagem de Deus é a garantia espiritual e lógica para se basear todo o ordenamento científico, jurídico e teológico de proteção à humanidade.
Todas as proteções ao homem são meios estabelecidos por Deus para a glorificação do seu próprio nome e manifestação da sua glória e devem partir dos absolutos de Deus. Portanto, eles são dimensionados por suas leis e normas e estão ligadas ao seu caráter de santo.
A imagem de Deus no homem é digna da busca pelo resgate no homem da sua humanidade. Não nos acostumamos com o caos, seja político, ético, filosófico ou até mesmo empírico; a Bíblia aponta que o caos é conseqüência do pecado do homem e toda tragédia tem uma raiz absoluta oriunda do pecado. Isto não impede de observarmos que o homem pecador, mesmo caótico, é portador da imagem de Deus. “O vestígio da imagem de Deus no homem é suficiente para nos encher de espanto” (Calvino).
O ápice da dignidade humana como ser criado à imagem de Deus pode ser lembrado nas palavras do Reformador Genebrino João Calvino,
“Se recordarmos que o homem foi feito à imagem de Deus, devemos considerá-lo como santo e sagrado, de sorte que não pode ser violado, sem se violar também nele, a imagem de Deus”.
A tutela da dignidade humana se dá na proteção de bens indisponíveis ao próprio homem, pois a dignidade humana também reside no direito de Deus ser Deus e como Deus relacionar-se com suas criaturas, inicialmente inserindo a lei natural no coração humano e, posteriormente positivando a lei com Moises e com os profetas. Por fim, de forma plena Deus manifestou a sua graça na pessoa do Seu filho, Jesus Cristo, aquele que foi manifestado na carne humana para trazer dignidade ao caos existencial da humanidade, restaurando pessoas ao propósito originário da criação: a glorificação do próprio Deus.
Dentro desta cosmovisão, devemos caminhar no mundo de Deus. Respeitando a imagem de Deus na humanidade, cuidando do mundo criado, movendo-nos eticamente todos os dias de nossas vidas.
Rev. Jedeías de Almeida Duarte, D.Min.

domingo, 21 de outubro de 2007

O fundamentalista, o liberal e o mistico - linha tênue



Existem fundamentalistas, místicos e liberais em todas as religiões do nosso mundo. Tais facções se apresentam similarmente próximas em todas as esferas e apenas uma leve e tênue linha separa uma facção da outra. Apesar de leve e tênue tem a mesma força de um vicio genético. Isto é principiológico ou “aprincipiológico”, dependendo da ótica de quem a percebe.
Pela proximidade de convicções e pelo afastamento de operacionalização, estes grupos passam por mudanças circunstanciais constantes não sendo incomum visualizar mutações e muitas aberrações.
O Fundamentalista morre, persegue e mata por seus princípios. Existem fundamentalistas de conotação dark, existem neo-fundamentalistas e fundamentalistas conservadores; tão classificação é uma concepção fictícia para apontar o envolvimento do individuo com os seus próprios princípios, mesmo que em nome de Deus e da religião, também percebemos o anseio persecutório, que chega a um darwinismo dialético, quando as oportunidades são direcionadas aos que parecem iguais e retroalimentam os próprios pares. Dentro da nossa brasilidade existem conservadores que são confundidos com fundamentalistas e fundamentalistas confundidos com conservadores. Radicalmente, o diferencial é básico, todos os fundamentalistas possuem absolutos próprios, acima das normas e dos costumes e até dos princípios, adoecem por causa deles, perseguem, morrem e matam por eles.
A semelhança do liberal com o agnóstico é cognoscível, o liberal distorce o crer por confissão e assim insiste em metamorfosear a crença, mesmo sabendo que sua verdade não é absoluta, é pragmática e a sua fé ou incredulidade é mera circunstancia de desvios existenciais do ser ou talvez do não ser. A proximidade do liberal com o fundamentalista está no ranço persecutório, ambos perseguem e de fato um e outro estão em extremos próximos sendo possível visualizá-los quase como braços desviados de um grande rio. Possuem referenciais e adoecem por seus referenciais.
O místico surge sempre no calor das disputas epistemológicas entre fundamentalistas e liberais. Eles nunca se apresentam como o meio do caminho, mas como o terceiro extremo; inserindo não princípios catalisadores de disputas, mas a experiência mística, relacional e sobrenatural como o elemento absoluto. A força persecutória daqueles que não experimentaram o grande chan-chan-chan-chan, está presente na vida dos místicos. Assim, o importante é viver.
O mais incrível dentro da brasilidade é que temos fundamentalistas na teologia que ao mesmo tempo são liberais na ética, místicos na liturgia ou adoração e na pratica da vida são agnósticos. Gente perdida que vive para si, suas próprias instituições e perderam a marcha histórica da Igreja verdadeira.
Que país é esse? Que fé é essa? Que liderança é essa?
Castas e mais se aglutinam dentro do novo sincretismo religioso. O ciclo que notavelmente foi contemplado em Constantino e em diversos outros momentos históricos se repete hoje, como uma reação do convite profano de Roma ao Ecumenismo, tocado na opera do Vaticano II, agora a relação adulterina da grande massa é com o espiritismo. Este é o grande desafio.
Fundamentalistas não possuem mobilidade para convencer, liberais trocaram a fé pela vida fácil e mutua convivência, pavimentaram o caminho dos místicos que sorrateiramente usurparam o nome dos Evangélicos.
Rev. Jedeías de Almeida Duarte, Th.M