domingo, 21 de outubro de 2007

O fundamentalista, o liberal e o mistico - linha tênue



Existem fundamentalistas, místicos e liberais em todas as religiões do nosso mundo. Tais facções se apresentam similarmente próximas em todas as esferas e apenas uma leve e tênue linha separa uma facção da outra. Apesar de leve e tênue tem a mesma força de um vicio genético. Isto é principiológico ou “aprincipiológico”, dependendo da ótica de quem a percebe.
Pela proximidade de convicções e pelo afastamento de operacionalização, estes grupos passam por mudanças circunstanciais constantes não sendo incomum visualizar mutações e muitas aberrações.
O Fundamentalista morre, persegue e mata por seus princípios. Existem fundamentalistas de conotação dark, existem neo-fundamentalistas e fundamentalistas conservadores; tão classificação é uma concepção fictícia para apontar o envolvimento do individuo com os seus próprios princípios, mesmo que em nome de Deus e da religião, também percebemos o anseio persecutório, que chega a um darwinismo dialético, quando as oportunidades são direcionadas aos que parecem iguais e retroalimentam os próprios pares. Dentro da nossa brasilidade existem conservadores que são confundidos com fundamentalistas e fundamentalistas confundidos com conservadores. Radicalmente, o diferencial é básico, todos os fundamentalistas possuem absolutos próprios, acima das normas e dos costumes e até dos princípios, adoecem por causa deles, perseguem, morrem e matam por eles.
A semelhança do liberal com o agnóstico é cognoscível, o liberal distorce o crer por confissão e assim insiste em metamorfosear a crença, mesmo sabendo que sua verdade não é absoluta, é pragmática e a sua fé ou incredulidade é mera circunstancia de desvios existenciais do ser ou talvez do não ser. A proximidade do liberal com o fundamentalista está no ranço persecutório, ambos perseguem e de fato um e outro estão em extremos próximos sendo possível visualizá-los quase como braços desviados de um grande rio. Possuem referenciais e adoecem por seus referenciais.
O místico surge sempre no calor das disputas epistemológicas entre fundamentalistas e liberais. Eles nunca se apresentam como o meio do caminho, mas como o terceiro extremo; inserindo não princípios catalisadores de disputas, mas a experiência mística, relacional e sobrenatural como o elemento absoluto. A força persecutória daqueles que não experimentaram o grande chan-chan-chan-chan, está presente na vida dos místicos. Assim, o importante é viver.
O mais incrível dentro da brasilidade é que temos fundamentalistas na teologia que ao mesmo tempo são liberais na ética, místicos na liturgia ou adoração e na pratica da vida são agnósticos. Gente perdida que vive para si, suas próprias instituições e perderam a marcha histórica da Igreja verdadeira.
Que país é esse? Que fé é essa? Que liderança é essa?
Castas e mais se aglutinam dentro do novo sincretismo religioso. O ciclo que notavelmente foi contemplado em Constantino e em diversos outros momentos históricos se repete hoje, como uma reação do convite profano de Roma ao Ecumenismo, tocado na opera do Vaticano II, agora a relação adulterina da grande massa é com o espiritismo. Este é o grande desafio.
Fundamentalistas não possuem mobilidade para convencer, liberais trocaram a fé pela vida fácil e mutua convivência, pavimentaram o caminho dos místicos que sorrateiramente usurparam o nome dos Evangélicos.
Rev. Jedeías de Almeida Duarte, Th.M