terça-feira, 20 de novembro de 2007

A caminhada cristã: na comunhão e na evangelização


6. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
7. Se puser andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. I João 1: 6-7


A comunhão dos crentes em Cristo é elemento motivador para a obra de Evangelização.
Os símbolos de fé da nossa Igreja expressam que a comunhão dos santos é uma obrigação que devem ser mantida, constitui culto a Deus e nos leva a edificação do corpo, sendo estendida a todos que em todo o lugar invocam ao Senhor Jesus (Confissão de Fé, XXVI, II).
É por outro lado, um privilégio o cuidado especial de Deus sobre os seus eleitos os faz gozar de comunhão. O Catecismo Maior relaciona os meios ordinários da Salvação e das ofertas da graça feitas por Cristo, sendo aplicados pelo mistério do Evangelho (Catecismo Maior, pergunta 63).
A comunhão dos crentes é derivada da identificação que têm com Deus; a relação devocional intima com o Senhor e o instrumento da manutenção desta comunhão. Tal fato e inexorável, pois o crente em Cristo reflete o caráter santo de Deus em sua caminhada diária. Somos iluminados por sua santidade e assim iluminamos ao nosso irmão. Este e o âmago, a essência da comunhao.
Tambem observamos que a verdadeira comunhao da Igreja se expressa na pureza de relacionamentos dos seus membros, o Teologo Reformado Dr. Augustus Nicodemus expressou este fato nos seguintes termos: “A comunhão dos santos é mais que simples socialização. Ela brota dessa convicção que temos em comum com os apóstolos e se expressa num relacionamento estreito, transparente e mutuo entre os crentes”.
Podemos refletir sobre a comunhão dos santos e observar que existem áreas da vida que refletem a comunhão e observamos ao final que a evangelização uma conseqüência clara e inequívoca dos santos em Cristo:
A comunhão nos leva à cooperaçao nas atitudes e acoes sociais. O apostolo Paulo atribuiu o termo comunhao, ao fato das Igrejas participarem com ofertas para o sustento dos pobres em Jerusalem (Romanos 15:26; 2 Corintios 8:4 e 9:13). A comunhao sai do contexto teorico e encarna-se na satisfacao da fome das pessoas. O Dr. Carlos Del Pino escreve em um dos seus textos que a fome mexe com as profundezas da alma humana.
A comunhão é explicitada pelo convivio e pela amizade; o conhecimento mutuo é fruto da convivência, não podemos pensar em comunhão com ausência de relacionamentos presentes, frutíferos e duradouros, mesmo que em alguns momentos tenhamos crises. É claro que só podemos admitir amizades sinceras e genuinas entre os homens que usufruam da amizade de Deus, atraves de Cristo.
A comunhão é cooperação com a obra do Evangelho. Em Filipenses 1:5, o apostolo Paulo emprega a expressao Koinonia (comunhao) para referir-se ao apoio que os Filipenses sempre deram à causa do Evangelho. A palavra cooperacao ali é mais que parceria, é comunhao. Assim, compartilhar, dividir, repartir é a essencia da pratica missionaria. Repartimos e compartilhamos a Palavra, partimos o pao da Vida, repartimos os dons recebidos de Deus, estas expressoes mostram a grandeza do sentimento missionario que nasce no coracao e mentes daqueles que vivem em comunhao.
O amor a Deus e o ódio ao homem não podem conviver na mesma pessoa. Se alguém aborrece o seu próximo, se está em desavença com qualquer pessoa e se há rancor em seu animo contra qualquer um, isto é um prova de que não se ama a Deus verdadeira e cabalmente. Todas as nossas afirmações de amor a Cristo e a Deus não servem para nada se em nossos corações houver ódio contra qualquer homem. Da mesma forma, a pratica da Evangelizacao deve ser regada proficua e copiosamente pelos laços da comunhão fraternal.

Rev. Jedeias de Almeida Duarte, Th. M

Um comentário:

Solano Portela disse...

Caro Rev. Jedeías:

Parabéns pelo Blog e pelo conteúdo das diversas postagens que li. Que Deus continue a abençoar o seu ministério, nessa jornada ascendente em capacitação, que já o coloca como uma das âncoras do presbiterianismo no Brasil.

Um abraço fraterno,

Solano Portela